- Nao pode tocá-lo sem guia!
Avancei em direção a ele e assim que minhas mãos tocaram seu rosto, senti um puxão violento que me arremessou para longe do grupo de pessoas que o cercava.
- Te amo, nada me importa! Nao tenho medo de nada!
- Ela está sem guia, nao a deixem tocá-lo de novo - vi quando seu olhar altivo desapareceu atrás de homens altos, que estreitaram sua segurança.
A luminosidade azulada da manhã avançava lenta através de ambientes envidraçados.
Festas de mortos e vivos sempre foram um problema! Vivos querendo comunicar-se, mortos querendo justificar-se.
Gritei ao ver o homem que amava ser afastado de mim contra minha vontade. Chorei enquanto tentava a todo custo seguir o grupo através de vidraças e obscuros jardins gramados.
Meu amor não era humano. A cor de sua pele gritava a todos que era estrangeiro, de um lugar distante. As feições exóticas lhe davam um ar sobrenatural, que fazia tremerem humanos.
Vao tirá-lo de mim.
Não o vi lutar, nem desesperar. O unico olhar que me dirigira em meio àquele pesadelo fora de resignaçao, como se aceitasse a separação, como se aceitasse deixar-me por toda sua vida, em nome de quaisquer fossem os ideais daqueles seus adoradores humanos.
- Toco em você sem guias - ouviu? Ouviram? - Sou toda dele, fui possuída por ele..!
Urrei, mas todos estavam longe, e com o dia amanhecido, só me restava planejar vingança.